quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Ano começa com a nova geração

Mostrando a cara

Após duas semanas sem escrever a coluna, curtindo as festas de Natal e Ano Novo, o matungo retorna com uma tremenda gripe e sem bigode, pois é preciso sempre renovar (até a gripe). No último fim de semana, grande destaque para provas importantes destinadas à nova geração, tanto na Gávea quanto em Cidade Jardim, onde a potrada estreou. No Rio já haviam sido realizadas duas eliminatórias para fêmeas, em 900 metros. Em São Paulo, com a Prova Especial Rafael de Barros Filho dividida em três versões, brilhou a criação do Haras Anderson, com duas vitórias marcantes de Tommasi (Dodge e Molinara), do Stud Raça e Tenente Dodge (Dodge e Energicamente), defensor do Stud Palura, ambos adquiridos no leilão Top Classic. Na versão restante, a vitória pertenceu a Ouriço, filho do notável Hard Buck, cavalo que teve campanha internacional muito bem orientada e se transformou no único corredor brasileiro a brilhar em quatro continentes. Agora, tem tudo para se destacar intensamente como reprodutor. Foi uma amostra de luxo. Que novos craques surjam para elevar ainda mais a qualidade da criação nacional.

Na Gávea, Seu Nicão deu show entre os potros.

Na Prova Especial Odyr do Coutto, uma das atrações de sábado, na Gávea, destinada a potros de 2 anos, o que se viu foi um verdadeiro massacre de Seu Nicão (Notation e Cacique Bar), criação do Haras das Estrelas e propriedade do Stud Meio Século. Potro lindo, negro, de porte impressionante, literalmente “caiu no colo” de Tiago Pereira, que substituiu a Bruno Reis. Simplesmente largou e acabou não dando nenhuma chance aos adversários. Registrou marca excepcional, baixando de 67s e encantou a todos os presentes. Parabéns ao André Mion e à toda família, pois este potro parece um corredor de exceção.

Entre as potrancas, Dearest Nativity mostrou superioridade.

Na outra atração de sábado, a Prova Especial Cidade de Teresópolis, ocorreu algo bem curioso. Desde a divulgação do campo da prova, só se comentava que no páreo existiam dois “aviões” supersônicos. Treinos de quebrar o cronômetro mais sofisticado. Enfim, com dois forfaits no campo, a carreira ficou resumida aos dois “aviões” e mais duas, entre as quais a “pequenina” alazã Dearest Nativity (Forever Buck e Nativity), de criação e propriedade do Stud Capitão. Pelo visto, os aviões não decolaram e a “baixinha” treinada por Cláudio Paixoto de Almeida, no CT Brejal, largou, tomou a ponta e venceu com firmeza, para a grande alegria de Luiz Edmundo, Christina e Mariozinho Moglia, que vibrou muito lá em Bagé. Parabéns!

Parelha rubro-negra domina amplamente.

O destaque da corrida de domingo, na Gávea, foi o Clássico Itajara, em 1.600 metros. Numa decisão ousada e inteligente, o treinador Roberto Solanés inscreveu a parelha Olympic Exocet e Olympic Election, contra os mais velhos. Levando vantagem de peso contra corredores mais categorizados e com mais vitórias, os potros do Haras Regina dominaram inteiramente a competição, formando a dobradinha rubro-negra de Sérgio Coutinho Nogueira. Bruno Reis e Tiago Pereira foram perfeitos em seus conduzidos e o resultado só poderia ser este mesmo. Bom começo de ano para os “Olympics”.

Frases que merecem ser lidas.

Continuando em nosso espaço matungo-cultural, vamos a mais uma frase que merece destaque:

“O caráter de um homem é formado pelas pessoas que escolheu para conviver” (Sigmund Freud)

Rapidinhas

Reencontrei na Gávea, pouco antes do Natal, meu amigo Augusto Garcia, que brilhou como jóquei, no turfe carioca, na década de 70, inclusive vencendo estatística. Hoje, treinador em Porto Alegre, o “Peixe” como era conhecido, continua tinindo. Ao grande parceiro, de muitas alegrias, um forte abraço e bom retorno ao Sul.

A pedidos, registro que aquela conversa de que Bárbara Lima “secava” Jean Pierre era uma grande inverdade de alguns engraçadinhos. Outro dia mesmo, com ela no prado, o marido ganhou três páreos. Eu escrevi que era pura maldade...

Junior Pedersen já está fazendo contato com algumas famosas mães-de-santo em busca de um trabalho de descarrego total. Mesmo completamente contrário ao hábito de colocar a mão no bolso, o treinador já encomendou 10 quilos de sal grosso, arruda, seis pés de coelho, quatro ferraduras (usadas é claro) e 25 figas da guiné. Três segundos lugares no mesmo dia, mexeram com a cabeça do cara...

Escrevo esta coluna na manhã cinzenta de segunda-feira e a chuva não pára. Tomara que São Pedro não conspire para que a pista de grama não fique pronta dentro do prazo. Seria uma catástrofe para o calendário clássico. (este tópico eu escrevi há três semanas atrás e o estou repetindo).

O aprendiz Julian Fernando venceu duas corridas na semana passada, mostrando qualidades. Alex Rolemberg e Marlon Lima também estão evoluindo e conseguindo bons resultados. Méritos para Mileno, Machadinho e toda equipe da Escola de Profissionais.

Quem ama o turfe e começa como proprietário, não encontra palavras para descrever a alegria da primeira conquista. Foi o que aconteceu, semana passada, com o jovem comentarista da TV Jockey de São Paulo, Lucas Menezes. Parabéns pela vitória de seu Forte Apache.

Aproveito para agradecer a todas as mensagens de Boas Festas e Feliz Ano Novo enviadas pelos amigos da coluna. A todos, um 2009 com muita saúde, paz e felicidade.

E seguimos com nossa campanha semanal. “Campos precisa seguir realizando corridas”. E precisa de patrocínio, também.

O MATUNGÃO VIBROU

Fazendo um balanço do que de positivo me aconteceu em 2008, voltar a ter cavalos realmente me deu muitas alegrias. Comecei como proprietário no início da década de 70 e ao longo da vida, sempre procurei ter um ou dois matunguinhos. Mas desde 2002 tinha me afastado. Ano passado, em março, decidi voltar. Consegui quatro vitórias com Normand King (1), Japyhara (2) e Cascoxa (1) e pela primeira vez na vida fiz uma dobradinha (com as éguas). Portanto, vibrei muito com as conquistas. Tive outros bichos, que não deram certo, mas derrotas a gente esquece.

O MATUNGÃO NA BRONCA

Mas o ano recém terminado não foi só de flores para o matungo aqui. Perdi um grande amigo, de 35 anos, de forma prematura. Zig foi companheiro de vida, de trabalho e de bons e maus momentos. Amigo de família, praticamente um irmão. O golpe foi duro e a saudade continua grande. Uma decisão difícil que tomei em 2008 foi a de deixar o site Raia Leve, que ajudei a criar e elaborar em 2002, quando o projeto ainda se chamava Turfenet. Durante mais de dois anos (de segunda à segunda) dediquei todas as manhãs ao site e tinha longas conversas com o Zig sobre pautas, matérias e tudo que envolvia o trabalho. Mas existem momentos na vida em que a gente precisa decidir...Chega!

As fotos que constam do site são de autoria de Gerson Martins e colhidas na internet.

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