quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Uma trifeta carioca

No GP Derby Paulista

Durante um bom tempo e bota tempo nisso, o Hipódromo da Gávea ganhou um apelido chato, mas que era o espelho da época. Segundo os paulistas, o hipódromo carioca era o “Recreio dos Bandeirantes”. O tempo passou e a realidade foi outra. Não existia mais a supremacia dos cavalos vindos de lá. Também passamos a vencer em Cidade Jardim e o equilíbrio prevaleceu. Mas, no último sábado, sem dúvida alguma, o prado paulista virou “Carioca da Gema”. Na prova mais importante do dia, sem a presença daquele que seria o grande favorito, uma belíssima trifeta carioca. Negro da Gaita venceu com brilhante direção deste excelente Marcelo Cardoso, aparando o tropel fulgurante (isto é poético) de Hot Six, com Flymetothemoon (muito bem dirigido) em terceiro. De lambuja, Lavor e Paim brilharam com Rooney nos 1.600 metros e conquistram belo segundo lugar nos 2.400 metros, com Rastreador. Uma tarde de praia na sempre sedutora garoa paulista.

Shark Boy chegou, viu e venceu.

Na corrida de sábado, na Gávea, as emoções ficaram por conta de duas provas para a nova geração. No Clássico Ernani de Freitas, vitória firme de Shark Boy, bem dirigido por Bruno Reis, que atravessa a melhor fase de sua carreira. Ganhou com autoridade, mostrando ser um potro sério. O campo numeroso tirou as possibilidades de outros bons corredores, que devem mostrar mais em outras oportunidades. Chamou a atenção do matungo a boa corrida de In Sound, que já esteve inscrito até em páreos de claiming, mas tem mantido boa regularidade, sempre chegando entre os primeiros colocados. Desta vez atropelou com vontade.

Na prova das potrancas, um passeio.

No Clássico Presidente João Goulart, para as potrancas, um vareio de Rainha Celina, que não tomou conhecimento das adversárias e venceu por quase dez corpos de vantagem. West Hope reapareceu bem preparada e liderou boa parte, sobrou para terceiro e ainda teve forças para atacar a companheira de farda e formar a dupla. Correu menos que o matungo esperava a potranca Pia Gitane, que na estréia mostrou grande potencial e depois de algumas inscrições equivocadas, mostrou progressos na última atuação, em páreo contra os machos. Corredor de categoria é diferente, tem que ter a campanha muito bem estudada. Enfim...

Ricardinho, pelo menos, levou uma.

É sempre bom ver em ação, no palco que o consagrou, o campeão Jorge Ricardo. E neste domingo não foi diferente, com o grande ídolo brasileiro desfilando uma enorme quantidade de luvas coloridas, combinando com as cores das fardas que envergava. De cara conseguiu uma bela vitória com Bia Ghenou, para a alegria dos titulares do Stud Pressão Alta. A coudelaria, de Wagner e seus filhos (donos do credenciado de Campo Grande), conquistou o batismo de vitória justamente com uma direção do líder do ranking mundial. Vitória para ficar guardada com carinho. Ricardo montou em mais seis páreos, mas não venceu. Pelo menos o “agente” Paulo Gama obteve melhor resultado para Ricardo do que o antecessor, o “agente” André Cunha, que nas duas visitas do campeão, não conseguiu arrumar montarias capazes de vencer...

Nesta quarta tem Totonho Villeroy.

Minha paixão pela música é tão grande quanto a que tenho pelo turfe. Filho de pianista, o matungo aqui cresceu ouvindo sons de qualidade e convivendo com músicos o tempo todo. Até hoje só consigo trabalhar com o som ligado e agora mesmo, quando escrevo a coluna, estou escutando Filosofia de Amor, de J.Maranhão e Paulo César Pinheiro (recomendo). Tenho amigos na música e vez por outra me arrisco a escrever algumas letras. Semana passada estive no Canecão assistindo Jorge Vercillo e nesta quarta estarei, mais uma vez, acompanhado o show Além do Paraíso, do fantástico compositor e cantor gaúcho Antonio Villeroy, que apresentará Lokua Kanza, um cantor incrível, nascido no Congo.

Frases que merecem ser lidas

Continuando em nosso espaço matungo-cultural, vamos a mais uma frase que merece destaque:

“Não paramos de nos divertir por ficarmos velhos. Envelhecemos porque paramos de nos divertir”. (Popular)

Rapidinhas

Foi muito bom o resultado da experiência realizada no último sábado, quando tivemos apenas simulcasting com Cidade Jardim. O movimento de apostas deixou claro o sucesso da iniciativa. Em tempos difíceis a procura de soluções pode não agradar a todos, mas é a melhor saída.

O treinador Victor Paim passa por excelente fase e a decisão de levar alguns de seus pensionistas para Cidade Jardim têm dado ótimo resultado. Vitórias seguidas e um show no último sábado, com sotaque português e tudo mais (ele sabe o que é, não é Bictor?)

Nesta quinta-feira acontece o GP Bento Gonçalves, maior prova do turfe gaúcho. Trata-se de um “duelo com hora marcada”, entre o invicto (no Cristal) Jaguanum e Starman (de Ricardo), que tenta o bicampeonato da prova. Carreira imperdível para quem gosta de turfe.

Estou dando uma reciclada e no momento só o xodó da cocheira está defendendo a farda rubro-negra. Escrevo sem ver a programação do fim de semana, mas “Japyranga” foi pra urna.

Eu disse que tinha cansado e não faria mais campanha para a volta do Alex Mota. Mas no domingo, no programa Turfe Espetacular, passaram o replay da Miss Kin vencendo o antigo Osaf. Ô cara, volta, o turfe precisa do teu talento.

Outro dia, enquanto trabalhava nas corridas, recebi tefefonema de meu amigo Paulo Cardoso, um dos melhores freios que o turfe já conheceu. Estava assistindo as corridas pelo computador, lá no CT Palura, em Cordeiro, e me lembrou que naquela reunião seria corrido um páreo com a denominação de Prêmio Picadilly Circus. É isso aí, amigo não esquece. Um abraço meu irmão e sucesso, sempre.

E seguimos com nossa campanha semanal. “Campos precisa seguir realizando corridas”. E precisa de patrocínio, também.

O MATUNGÃO VIBROU

Quanto maior visibilidade o turfe tiver, na mídia externa, melhor. Na última sexta-feira fui surpreendido, na cabine de transmissões, por duas equipes de jornalismo para entrevistas buscando informações sobre o turfe e a locução das carreiras. Primeiro foi o Jornal do Brasil e depois o pessoal da TV Record. Não tenho nenhuma vaidade em relação a isso, pois com 36 anos de carreira, passei do tempo de querer aparecer, mas a possibilidade de divulgar o turfe me fez vibrar.

O MATUNGÃO NA BRONCA

Já escrevi sobre este assunto, mas depois de uma conversa com o ex-árbitro de futebol, Julio César Cosenza, admirávamos o profissionalismo de Jorge Ricardo, que aos 47 anos, mantém o peso, uma dieta regrada e uma forma física impecável. Enquanto isso, meninos de 18 anos ou pouco mais, já sofrem terrivelmente com o problema e raras são as vezes que conseguem montar com o peso determinado nos programas. É claro que o biótipo dos jovens de hoje é diferente, pois são maiores. Mas fechar a boca e fazer exercícios são obrigações de profissionais que dependem da balança...Chega!

As fotos que constam do blog são de autoria de Gerson Martins, Eduardo Garcez e colhidas na internet

Um comentário:

Karol Loureiro disse...

Matungo, o show foi dez (mil) de bom... Só faltou cantar amores possíveis, mas...
Enfim, esquecendo a ressaca, estou aqui no Sul, lendo sua coluna e aguardando o duelo Starman X Jaguanum...
O bicho vai pegar!!!