quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Reforma na pista de grama


Raia ficará fechada por quatro meses

Anunciada pela direção do Jockey Club Brasileiro a tão esperada reforma na pista de grama da Gávea. A partir de 13 de outubro, por quatro meses, apenas corridas na pista de areia. É o que podemos chamar de mal necessário. Se por um lado os “gramáticos” ficarão sem qualquer opção, pelo menos teremos a garantia de que, de fevereiro de 2009 em diante, as corridas ficarão mais seguras e bonitas. Não dava realmente para adiar, pois o estado do antigo “tapete verde” carioca é lamentável, podendo ser comparado a um brejo de má qualidade. Na grande curva, onde nem os olhos humanos e os das câmeras alcançam, a coisa esta realmente tenebrosa. As corridas ficarão mais feias e, certamente, algumas vezes será difícil formar quatro programas, mas era agora ou nunca!

Era barbada e ainda deixaram dar 1,50.

A grande atração do último domingo foi o GP Doutor Frontin, que perdeu um pouco do brilho com a retirada de Quatro Mares, segundo colocado no último GP Brasil. A deserção do valente His Friend também foi uma perda. Com o campo de apenas seis competidores, saltava aos olhos o nome de Time For Fun, legítimo “Derby Winner” e da preparatória para o GP Brasil. Naquela, que é a maior prova do turfe nacional, o filho de Yagli derrubou o piloto na reta do hospital. No domingo, com direção sempre precisa e consciente de Marcelo Cardoso (não adianta, escrevo com um “L” só), venceu aos esbarros e ainda com 50% de lucro aos que apostaram. Mais uma conquista de Grupo II para a interminável coleção de Guignoni.

Parelha do “Botinha” brilha no sábado.

O criador e proprietário Eugenio Pacelli, carinhosamente conhecido como “Botinha” por seus amigos, teve felicidade em dobro no último sábado. A parelha Leppard/Ligeti brilhou intensamente e dominou com inteira facilidade a Prova Especial Paulo e Nelson Monte, em 3.000 metros, areia. Leppard, com fama de não correr nada neste tipo de pista, largou, tocou o hino e resistiu ao forte arremate do companheiro, conquistando o bicampeonato, em duas raias. Alegria maior impossível nesta dobradinha sensacional. Marcelo Almeida foi perfeito na direção do filho de Clackson. Achei que não precisaria nem mencionar, pois já se tornou corriqueiro, mas o treinador da parelha é Dulcino Guignoni.

Um fenômeno com o toque de classe do “seu” João.

Acredito que ninguém que milite na crônica do turfe carioca pode deixar passar em branco o que vem realizando nas pistas este cavalo Light of Loose. Na corrida do último domingo, dirigido por Ilson Correa, obteve a 19ª vitória na Gávea e a vigésima da campanha (venceu uma no Tarumã). Aos 7 anos, parecendo um potro, correndo de 15 em 15 dias, não respeita turmas, sempre dá peso aos adversários e continua ganhando com sobras, tal a sua superioridade. Treinado na Gávea pelo veterano e competentíssimo João Coutinho Filho, o defensor do Stud Amigos da Barra encanta aos turfistas. O que também é incrível é o resultado de sua mãe, a reprodutora La Heaven, que antes produzira Gualicho Day, que segundo Joel Redenschi, que o treinou, conquistou 25 vitórias na campanha. Realmente, um fenômeno este cavalo.

Por falar em cavalo bom...

Já que o assunto é cavalo bom, que coisa incrível este tordilho Giruá. Ganhou mais uma no último sábado, desta vez avançando por dentro e detonando, literalmente, os adversários. Como diz o turfista Roger Pinheiro, é o “orgulho do Nordeste”. Mais que merecido, pois a história de paixão pelo turfe, principalmente de cearenses e pernambucanos, existe há décadas e nada melhor que um craque, de proprietário nordestino, para premiar este amor pelos cavalos. Sinto-me feliz, também, uma vez que minha origem materna vem daquelas terras. Parabéns.

Frases que merecem ser lidas

Continuando em nosso espaço matungo-cultural, vamos a mais uma frase que merece destaque:

“É grampeando que se recebe” (Popular).

Rapidinhas

Aniversariou no último domingo meu querido Tio Rubinho, um dos grandes treinadores que o turfe já conheceu. Aos 80 anos, Rubens Carrapito é um exemplo para todos. A ele, Dona Vera, Antônio e toda a família, muita saúde, paz e felicidade.

Marcos Mazini atravessa forma espetacular. No último domingo ganhou “no braço” com Citgo, depois de uma reta brigada. Neste sábado estará em Cidade Jardim para montar Do Canadá.

Domingo, com aquela chuva e nada para fazer, a não ser bancar o standby, bati um longo papo com Darci Minetto, na tribuna. Lembramos de bons tempos. Foi show de bola e o gaúcho é craque.

Dá gosto de ver a vontade e a disposição de Carlos Lavor. Colocou na cabeça que vai ganhar a estatística e está em forma exuberante. Peso controlado, o rigor e a categoria de sempre. Vai ser difícil segurar o filho do meu saudoso amigo Wilson.

E seguimos com nossa campanha semanal. “Campos precisa voltar a dar corridas”. (Tá difícil).

O MATUNGÃO VIBROU

É motivo de orgulho e até mesmo de patriotismo quando as cores verde-e-amerela brilham fora do país. Ricardo é uma realidade e segue liderando o mundo e cada vez é mais ídolo (na Argentina). Os corredores estão vencendo com freqüência e agora estamos acompanhando a incrível arrancada de Maylan Studart, vencendo seguidamente nas terras do Tio Sam, onde outros já conquistaram seu espaço, caso do treinador Paulo Henrique Lobo. Das terras que Cabral descobriu nascem estrelas que reluzem em toda a Terra.

O MATUNGÃO NA BRONCA

Quando comecei no turfe, a imprensa tinha um número enorme de jornalistas e cronistas. Tenho até medo de citar nomes uma vez que posso esquecer alguém. Havia espaço em todos os jornais e cada um deles com equipe grande, formada por editores, repórteres, fotógrafos e cronometristas. Com o tempo, a morte de grandes nomes da imprensa turfística e o fim do espaço, restaram poucos. Os mais jovens, da geração internética, não têm noção do que foi a verdadeira imprensa de turfe. Triste...Chega!

As fotos que constam do blog são de autoria de Gerson Martins e Eduardo Brigagão

Um comentário:

Karol Loureiro disse...

Matungo
Falar do Guignoni não dá mais, porém farei um esforço: continua mandando nos clássicos cariocas.
Todos os nordestinos ficam eufóricos quando o tordilho (só faltou ter olho claro pra ser bem nordestino, afinal de contas, lá para cima só nasce "galeguinho dos zoio azul") Giruá entra na raia. E eu sou um deles, por isso peguei o telefone e conversei com o cavalo do Eládio para o CERCA MÓVEL (propaganda básica).
Enfim, tua bronca dessa semana poderia se chamar: cantinho da saudade.
Fui!